Presidente sérvio acusa governo australiano de “maltratar e humilhar” Djokovic

A situação de Novak Djokovic na Austrália deixou o âmbito do tênis e virou assunto também no meio político. Após o governo australiano cancelar novamente o visto do número 1 do mundo, o presidente sérvio Aleksandar Vucic usou as redes sociais para se manifestar em defesa do tenista, que tenta jogar o Australian Open sem o comprovante de vacinação contra a covid-19.
Vucic não poupou críticas à maneira como o sérvio está sendo tratado, acusando o governo local de "maltratar e humilhar" Djoko.
"Por que você o maltrata e por que o humilha, não apenas ele, mas também sua família e toda uma nação livre e orgulhosa?", questionou o presidente em uma de suas redes sociais.
"Volto à questão moral. Se você queria banir Novak de disputar o 10º troféu em Melbourne, por que não o proibiram imediatamente de entrar e disseram que ele não poderia obter um visto?", acrescentou.
Com o primeiro-ministro australiano Scott Morrison apoiando a decisão de cancelar o visto do tenista, Aleksandar ponderou que a decisão judicial, que inicialmente foi favorável ao número 1 do ranking da ATP, não deveria sofrer interferência do poder Executivo.
"Não raramente eles pregam para nós o estado de direito, e você pode imaginar o que aconteceria se na Sérvia algum ministro pudesse anular as decisões dos juízes?", destacou.
Apesar de sua indignação com toda a situação, o presidente sérvio reafirmou que seguirá lutando para que os direitos de Djokovic sejam respeitados, mas ressaltou que os “maus tratos” sofridos não irão afetar a relação do povo australiano com o "maior tenista de todos os tempos, que sempre estará em nossos corações.”
O Australian Open começa na segunda-feira, 17, e a participação do sérvio ainda é uma incógnita. Uma nova audiência está marcada para domingo, 16, e deve finalmente definir a situação.
Entenda o caso
Sem esclarecer seu status de vacinação contra a covid-19, Djokovic embarcou para a disputa do Australian Open com uma isenção médica para disputar o torneio, que exige a imunização de seus participantes.
Apesar da permissão especial, o sérvio foi barrado no desembarque no país por não apresentar evidências suficientes para obter a isenção médica, teve seu visto cancelado e precisou passar por uma audiência na segunda-feira, 10. Enquanto aguardava o desenrolar do caso, o tenista foi levado e ficou isolado no Park Hotel, em Carlton.
Em meio às polêmicas, ele usou as redes sociais na quarta-feira, 12, e admitiu o preenchimento incorreto de seu formulário de entrada na Austrália e assumiu ter participado de uma entrevista após testar positivo para a covid-19, em dezembro, quando estava na Sérvia.
Nesta sexta, o ministro da Imigração da Austrália, Alex Hawke, cancelou o visto do tenista pela segunda vez, alegando motivos de “saúde e ordem”.