
Jornalista há 28 anos, a maioria deles dedicados ao esporte, cobriu as Copas do Mundo de 1998 (França), pelo Notícias Populares, e 2006 (Alemanha) pelo Diário Lance!, onde foi editor-executivo. Sete anos como comentarista e editor-executivo na ESPN Brasil, tendo participado da cobertura da Copa do Brasil (2014) e da Olimpíada do Rio-2016 pelo canal.
Papo com Tironi
River transformou eliminação em uma noite para se orgulhar

"Quando um time joga apenas pelo resultado e perde, não sobra nada."
Não sei quem é o autor desta frase, mas me veio à cabeça várias vezes durante Palmeiras x River Plate pela Libertadores no Allianz Parque. Mais pelo jogo produzido pelo time argentino do que pelo o que não fez o brasileiro.
O River saiu de campo eliminado. O sonho de estar em mais uma decisão acabou quando o árbitro apitou pela última vez. Alguns jogadores argentinos deixaram o gramado chorando e foram consolados por Marcelo Gallardo. No rosto do treinador, uma sensação de leveza, de vitória, de dever cumprido. De conseguir colocar por um momento o futebol produzido acima da classificação. O rosto de quem sabe que seu time é melhor do que o do adversário.
Provavelmente Gallardo, jogadores e toda a torcida do River trocariam o estupendo jogo contra o Palmeiras no Allianz por um outro, amarrado, duro, sem criatividade, mas que desse a classificação para a final da Libertadores.
Mas não é disso que se trata. Trata-se de sair de campo com a sensação de ter subjugado o adversário e não apenas vencido.
O torcedor palmeirense possivelmente não chegou até aqui de raiva deste texto. Esperava elogios ao Palmeiras que, merecidamente, está em mais uma decisão de campeonato.
O Palmeiras de Abel Ferreira pode ser elogiado por várias coisas, inclusive pelo seu maior feito até aqui, ter vencido justamente este River Plate na Argentina semana passada, vitória que o garantiu na decisão. É muita coisa em tão pouco tempo de trabalho.
Mas o que o River fez na noite de terça-feira no Allianz é daquelas coisas que serão lembradas por muito tempo. Pelo menos para aqueles que amam futebol.